quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pensadores Gregos


O pensamento grego é indiscutivelmente um marco fundamental no modo como hoje concebemos o mundo, a vida e a nós mesmos. De todos os pensadores gregos, Platão e Aristóteles são os que mais nos influenciaram. A partir deles, temos as bases necessárias para a discussão filosófica sobre a educação, ou seja, algumas questões pensadas por eles há muito tempo ainda servem para pensarmos o papel da educação e sua relação com a sociedade como um todo.

Platão (428 – 347 a.C.)
Platão exerceu uma grande influência na educação grega, tendo sido o mais importante discípulo de Sócrates. Ele foi o principal responsável pela transmissão escrita dos ensinamentos do seu mestre. Além disso, criou as suas próprias idéias, demonstrando possuir um notável zelo pelo saber.
Suas idéias baseiam-se na diferenciação do mundo entre as coisas sensíveis (mundo das idéias e a inteligência) e as coisas visíveis (seres vivos e a matéria).
Idéias de Platão para a educação
Platão valorizava os métodos de debate e conversação como formas de alcançar o conhecimento. De acordo com Platão, os alunos deveriam descobrir as coisas superando os problemas impostos pela vida. A educação deveria funcionar como forma de desenvolver o homem moral. A educação deveria dedicar esforços para o desenvolvimento intelectual e físico dos alunos. Aulas de retórica, debates, educação musical, geometria, astronomia e educação militar. Para os alunos de classes menos favorecidas, Platão dizia que deveriam buscar em trabalho a partir dos 13 anos de idade. Afirmava também que a educação da mulher deveria ser a mesma educação aplicada aos homens.

Aristóteles (384-322 a.C)
Aristóteles frequentou a Academia de Platão,tornando-se seu discípulo. Mais tarde contraria o seu próprio mestre, sobretudo ao desprezar a teoria do mundo das idéias, fazendo a síntese do mundo sensível e do inteligível a partir do conceito de “substância”, ou seja, “aquilo que é em si mesmo”. Um dos seus grandes feitos filosóficos foi sistematizar a Lógica através do seu tratado intitulado Organon. Além disso, escreveu vários trabalhos científicos, a saber, A física, História Natural, As partes dos animais, etc. Sobre estética produziu duas grandes obras, intituladas Retórica e Poética. É autor também de Ética a Nicômaco, Política e Metafísica, esta última exerceu uma grande influência nas concepções filosóficas e teológicas da Idade Média.
Contribuição de Aristóteles para educação
De todos os grandes pensadores da Grécia antiga, Aristóteles foi o que mais influenciou a civilização ocidental. Até hoje o modo de pensar e produzir conhecimento deve muito ao filósofo. Foi ele o fundador da ciência que ficaria conhecida como lógica, e suas conclusões nessa área não tiveram contestação alguma até o século 17. Sua importância no campo da educação também é grande, mas de modo indireto. Poucos de seus textos específicos sobre o assunto chegaram a nossos dias. A contribuição de Aristóteles para o ensino está principalmente em escritos sobre outros temas.
As principais obras de onde se pode tirar informações pedagógicas são as que tratam de política e ética. “Em ambos os casos o objetivo final era obter a virtude”, diz Carlota Boto, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. “Em suas reflexões sobre ética, Aristóteles afirma que o propósito da vida humana é a obtenção do que ele chama de vida boa. Isso significava ao mesmo tempo vida ‘do bem’ e vida harmoniosa.” Ou seja, para Aristóteles, ser feliz e ser útil à comunidade eram dois objetivos sobrepostos, e ambos estavam presentes na atividade pública. O melhor governo, dizia ele, seria “aquele em que cada um melhor encontra o que necessita para ser feliz”.


Fonte de pesquisa : Filosofia da Educação ( JARDIM,BORGES FREITAS at al,2011)

3 comentários:

  1. A grande diferença entre Platão e Aristóteles não estava apenas no estilo da escrita, mas em suas linhas de interesses. Platão era um estudioso da matemática, e sua capacidade de abstração permitiu que ele formulasse os conceitos metafísicos que constituem o seu maior legado. Já Aristóteles era concentrado no mundo empírico, nos dados da experiência. Diversamente de seu mestre Platão, ele foi um grande naturalista, um conhecedor dos fenômenos físicos, com interesses que hoje seriam entendidos como científicos, e não filosóficos. Essa clássica distinção de perspectivas tem seu retrato mais célebre no quadro "A escola de Atenas", de Rafael.
    Tal como Platão, Aristóteles também valoriza o estudo da metafísica, vista como o conhecimento das causas primeiras, dos princípios primeiros e imutáveis, do ser enquanto ser. Porém, as chaves de compreensão utilizada por Aristóteles não apontam para a pressuposição de um arquétipo fora do mundo físico, e sim para um estudo das características intrínsecas do próprio ser. Assim, a metafísica aristotélica assume a forma de uma ontologia, ou seja, de um estudo acerca do ser (ontos em grego).

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  2. Se hoje o conhecimento humano é um conjunto de muitas disciplinas, estudadas cada uma por um tipo de especialista, nos tempos de Aristóteles os filósofos se esforçavam para dominar todas as formas de conhecimento. Ser filósofo na Grécia Clássica podia significar ser ao mesmo tempo escritor, poeta, músico, matemático, geômetra, político, teólogo e, claro, cientista.

    Mas, antes de Aristóteles, a ciência - pelo menos a ciência natural da qual tratamos aqui - não tinha muito prestígio entre alguns dos mais importantes filósofos. Platão, o mestre de Aristóteles, considerava o mundo natural inferior ao mundo das idéias, onde residia a verdadeira perfeição, da qual este nosso mundo seria apenas um conjunto de sombras imperfeitas.

    Assim, para ele era melhor gastar o tempo filosofando sobre as formas do triângulo do que observar o mundo à sua volta.

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  3. Ao analisarmos o atual cenário educacional, podemos perceber claramente que os pensamentos de Platão e Aristóteles são condizentes com a realidade, pois é preciso que o aluno tenha noções de questões políticas para que possa exercer sua cidadania, embora a ética jamais possa ser deixada de lado, tendo em vista que ela norteia as ações dos indivíduos em sociedade. O ser humano deve cada vez mais se sentir pertencedor à sociedade e agir de forma a beneficiar não somente a si mesmo, como também àqueles que fazem parte dela, tendo assim uma ideia de coletividade.

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